Autismo - Mundo particular

A Microsemiótica Irídea Flor de Íris é uma ferramenta para conhecermos os mundos de cada ser humano. Estamos ainda no início das pesquisas, mas acredito podermos ser uma parcela de contribuição para conhecimento dessa síndrome. Esse texto nos proporciona conhecer melhor o autismo.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do desenvolvimento classificado em três níveis: leve, moderado e grave, segundo o DSM-V. Normalmente, surgem nos primeiros três anos de vida e é considerado um déficit comportamental que o acompanhará por toda a vida, entretanto, os sintomas e as disfunções advindas desta condição podem ser minimizadas, a partir de estimulação neurosensorial precoce através de métodos que lhe deem uma rotina diária. Estima-se que hoje há 2 milhões de brasileiros com a síndrome, sendo sua maioria meninos.

As três principais áreas de dificuldade no autismo são:

A interação e a comunicação social – Geralmente, são crianças mais isoladas e, às vezes, parecem ser insensíveis por terem grandes dificuldades de reconhecer expressões faciais e regras sociais não escritas, que a maioria de nós aprende sozinhos. Por exemplo, iniciar conversas impróprias, posicionar-se perto demais de alguém, tirar alguma peça de roupa em público. Vale ressaltar que o contato social prejudicado não, necessariamente, é por desinteresse, mas porque não sabem e não aprenderam a arte de interagir.

Linguagem - A compreensão da linguagem é muito literal. Por exemplo, ao usar a expressão “Está chovendo canivete” certamente, o autista não sairá de casa com medo de ser atingido por um canivete de verdade. Pessoas com autismo talvez não falem ou tenham uma fala bastante limitada. Algumas apenas repetem o que a outra pessoa acabou de falar (ecolalia, alteração na linguagem comum em autistas). Entretanto, muitas vezes, elas entendem o que as outras pessoas lhe dizem, mas preferem utilizar meios alternativos de se comunicar, como linguagem gestual ou símbolos visuais. As outras pessoas podem ajudar falando de maneira clara e direta para facilitar na hora de processar o que lhe foi dito. Estímulos visuais, como comunicação alternativa é uma ótima fórmula para o aprendizado e a socialização do autista.

Presença de movimentos restritos/repetitivo (estereotipias) - Em sua maioria, sentem prazer em repetir, interminavelmente, a mesma atividade ou estereotipia. Por exemplo, balançar-se, incansavelmente, para frente para trás, sacudir as mãos repetitivamente.

Uma pessoa com autismo sente e percebe o mundo de maneira muito diferente da nossa, por este motivo, muitas vezes, passam por momentos desagradáveis. Situações que para nós parecem muito simples, para o autista, pode ser uma tortura, referente a uma sensibilidade excessiva ou reduzida em questões a sons, toque, gostos, odores, luz e cores. A agitação diária da vida na escola pode ser extremamente estressante para as crianças autistas com uma dessas características.

É importante que o papel dos pais, professores, profissionais e a sociedade sejam de mergulharem nesse universo particular, sempre o estimulando. É necessário, muitas vezes, tirá-lo da zona de conforto para seu crescimento, mesmo que pareça doloroso, num primeiro momento, ajudará no desenvolvimento da criança, evitando constrangimentos e infortúnios ao lidar com situações cotidianas.

Quando estamos dispostos a compreender como o outro se sente, os resultados são surpreendentes e transformadores, pois é através da socialização que o indivíduo aprende as regras e costumes da sociedade em que habita. Isolamento nunca é a resposta. Acompanhamento de profissionais, medicamentos (quando necessário) e métodos de comunicação e estimulação junto à psicoterapia fazem parte do “tratamento” Autista. Já há estudos de como as terapias naturais auxiliam no desenvolvimento do indivíduo.

Métodos homeopáticos, como a Terapia Flor de Íris (TCCI) ainda em fase de pesquisa, mas já apresentam novas descobertas bastante eficazes dependendo do caso. Musicoterapia, equoterapia (terapia com cavalos) e a cinoterapia (cachorros). Os profissionais alertam os pais para um diagnóstico precoce para melhores resultados no tratamento. Assim como nós, cada autista é único e por mais que tenham as características principais em comum, cada indivíduo tem uma maneira e é capaz de aprender! Para isso, são necessárias ações motivadoras de seus familiares e pessoas próximas para que ele sinta vontade de participar das atividades e estabelecer vínculos, e assim, resgatado do seu mundo singular.

Pretendo, depois de formada em psicologia, fazer psicopedagogia especializada em alfabetização de crianças com autismo, a partir daí desenvolver meu trabalho em paralelo com a Microsemiótica Irídea aplicando como tratamento a Terapia Flor de Íris. Hoje, já tenho alguns trabalhos e resultados positivos associados à Microsemiótica Irídea, mas pretendo me aprofundar mais nos estudos e pesquisas.

Encontrei-me e encantei-me com esse trabalho, minha maior recompensa é ver a evolução de uma criança com autismo e o seu sorriso por estar compreendendo, nem que seja só um pouquinho como acontece a integração e o mundo ao seu redor. Enfim, por mais que, muitas vezes, pareça uma missão muito difícil trazer o autista de seu mundo particular para o externo, com muita paciência, estimulação e amor, os resultados são gratificantes.

“No caso do autismo, é a conexão com o mundo que está prejudicado. Esperar o tempo dessa criança é perder tempo, é deixar uma ave rara presa em uma gaiola e esperar que ela saia voando sem abrirmos a porta.” (Mundo singular, 2012, P.25).

CARACTERÍSTICAS GERAIS:
- Usa pessoa como ferramentas;
- Resiste a mudança de rotina;
- Não se mistura com outras crianças;
- Não mantém contato visual;
- Age como se fosse surdo;
- Resiste ao aprendizado;
- Apresenta risos e movimentos não apropriados (estereotipias);
- Resiste ao contato físico;
- Acentuada hiperatividade física;
- Apego não apropriado a objetos;
- Às vezes agressivos e destrutivos;
- Não demonstra medo de perigo;
- Comportamento indiferente a arredio.

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